Olá Joinville (Sobre livros e filmes - 2)

Passei muito tempo trancada em casa. Como disse na postagem anterior, meu marido era um pouco violento, tinha um ciúme doentio, controlava até o que eu lia.



Eu sempre gostei de ler, mas casei cedo, terminei os estudos nova (não entrei na faculdade), tinha 18 anos quando casei, desde então minhas leituras foram diminuindo, diminuindo... até chegar a Bíblia e a gibis que a Beatriz me emprestava.

Algumas vezes íamos para a praia e ele achava um absurdo eu ficar lendo, dizia que era uma perda de tempo:

- Estou pagando caro pela casa para você ficar aí lendo.
Bem, ainda não comentei que vivíamos muito bem, meu ex-marido tem uma empresa lá no Paraná que lhe rende um bom dinheiro.
Para resumir, acabavamos brigando, por causa do whisky (é assim que escreve?) dele e pelos meus livros. Acabei cedendo, prefiria não ler do que brigar.
A Bíblia ele deixava, pensava que eu estava rezando, livros me divertiam, e diversão somente ele poderia me dar. Seu prazer era beber o dia inteiro e falar dos seus carros, ou falar mal de seus funcionários... Todos eram para ele incompetentes ou então possíveis ladrões que só estavam esperando uma oportunidade para desfalcá-lo.

Filmes também eram difíceis, ela adorava filmes de porrada - esqueci de dizer, todos os palavrões que não falei antes vou falar aqui, afinal esse é o meu psicólogo - pois bem, eu gostava de dramas, ele dizia que aquilo era coisa de mulher... estúpido. Quando a gente ia na locadora ele dizia:
- Escolha um...
- Escolhi esse.
- Mas esse aí não deve ser bom, porque você não leva esse aqui?
- Você disse para eu escolher...
- Vá por mim, esse aí é ruim. Você quer ver sozinha?
Isso era uma intimação, lembra que eu não poderia ter prazer sem ele? Também tinha um pouco de insegurança, no início do casamento vimos um filme sobre uma mulher casada com um bruta montes, a mulher se apaixona por um homem gentil. Foi difícil explicar que não por causa dele, que não tinha nada a ver. Era só o início...

Bom, mas foda-se ele. (não falei que iria falar palavrão?)
Estou assistindo muitos filmes, e comecei a diversificar minha leitura, virei uma psicótica, passo horas nos sebos, quero começar a comprar livros novos, quem sabe um por mês? Adoro o cheiro de um livro novo... Nada se compara... Absolutamente nada... Um livro novo, um café e um Marlboro (preciso largar essa merda)... Estranho que uma sensação de liberdade tão plena possa advir da junção dessas três coisas tão simples.

Do passado... Bem... Do passado só restou o Marlboro (o imbecil fumava essa marca). Um dia eu largo, por enquanto tem sido um ótimo companheiro.

Sobre livros e filmes deixarei uma listinha ao lado.
Tchau Joinville.

Olá Joinville (Quem sou eu? - 1)

Para quem ler o que vou escrever aqui gostaria que soubesse quem sou, ou ao menos como resolvi escrever. (no fundo é porque não tenho dinheiro para pagar um psicólogo)
Cheguei em Joinville no final de 2007, vim fugida de uma cidade do interior do Paraná, fugida não - fica muito forte - foi uma decisão. Meu ex-marido era um pouco violento e resolvi sair de lá para melhorar de vida sabe?
Trabalho em uma fábrica (claro que não vou dizer qual), aliás esse nome é fictício, bem como o sobrenome. Beatriz era uma menina que era minha vizinha lá no Paraná, uma das poucas pessoas que eu conversava. O sobrenome eu vi em um jornal quando cheguei na rodoviária.
Bem, essas serão as únicas mentiras (odeio essa palavra) que escreverei.

Quando cheguei aqui comprei uma revista na Banca Colin, era uma Época do ano passado que falava sobre os blogs, comprei a revista e além disso todo mundo no curso de informática que estou fazendo tem um, gostei da idéia, me expor totalmente sem que ninguém saiba quem sou.

Tenho 25 anos estatura média, baixinha, loira, não sou feia, mas também não sou bonita, além disso tenho um problema de audição.

Vou escrever pouco, minha internet é discada, o que equivale a dizer que só entro após a meia-noite, como estou sempre cansada, postagens (é assim que se escreve?) somente finais de semana ou nos dias de insônia (maus sonhos).